domingo, 19 de abril de 2009

BIRTH (2004)



Captain Blood volta das trevas com talvez o mais subestimado filme de 2004: “Birth” (Reencarnação).
Trabalho do diretor inglês Johnathan Glazer, que também dirigiu o célebre “Sexy Beast”.
Esse suspense passou batido pelo público em geral , lucrou somente três milhões de dolares em cima de um orçamento de vinte milhões (o que do ponto de vista holywoodiano é uma mixaria) e por algum motivo , deixa a maioria dos espectadores com aquela inexplicável sensação de insatisfação. Alguns dizem que o filme constrói situações e não se dá ao trabalho de resolvê-las, outros dizem que o personagem oculto é meramente um artifício de roteiro e que não tem vida própria.

Me desculpem todos os críticos desse filme mas eu tenho que discordar.

Tendo como roteirista Jean-Claude Carrière , que muitos estudantes de cinema devem conhecer pelo livro “Linguagem Secreta do Cinema” e que não dá ponto sem nó, Birth é mais uma daqueles filmes que não se pode julgar logo após o fim do filme. A estória é baseada na relação da personagem de Nicole Kidman com um personagem morto, e o roteiro e a direção trabalham isso tão brilhantemente, através de um garoto que a presença desse personagem é mais forte do que a da personagem principal. Meio difícil de entender isso sem ver o filme, é claro, porém, quem já assistiu “Rebecca” do Hitchcock sabe o que eu estou falando.


Sem falar na música absurdamente boa de Alexandre Desplat , meu mais recente ídolo, que compôs a magnífica trilha sonora de “O curioso Caso de Benjamim Button” e deveria ter ganhado o Oscar 2009 por melhor trilha sonora sem sombra de dúvidas.

O que muitos consideram como elementos mal explicados na trama na verdade funcionam como artifícios para a criação de uma situação incrivelmente intrigante e que não necessita de respostas óbvias nem explicações paranormais.
“Bith” para mim é uma daqueles filmes que não vieram para resolver nem explicar nada, é preciso ser maduro o suficiente para aceitar a dúvida que ele gera como um fato, e não como um mote a ser concluído.

Tendo talvez a melhor atuação de Nicole Kidman, “Birth” tomou várias posições na minha longa lista de filmes favoritos e eu recomendo a pessoas que saibam apreciar um trabalho não convencional.


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