quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

I Am Legend (Eu sou a Lenda)


O filme Eu sou a Lenda estreiou no Brasil em janeiro e, desde então, é o campeão de bilheteria no país.

O longa, com Will Smith como protagonista, figura na lista dos mais vistos na frente de vários filmes com indicação ao Oscar mesmo sem ter sido indicado para nenhuma categoria da premiação. O filme não é grande coisa e, realmente, não merecia indicação à cobiçada estatueta da comunidade sino-geriatrica de Hollywood (não resisti e parafraseei o meu companheiro Corsário, Cap. Blood).

Mas, se o filme não é grande coisa, por que o sucesso de bilheteria e por que esse post? Bom, pra responder a primeira pergunta, por se tratar de um Blockbuster com um ator que faz sucesso com o grande público e por abordar um tema que fascina todo e qualquer ser humano. E foi justamente esse tema que me fez assistir o filme e escrever essas linhas.


Para quem não sabe, o filme narra a estória de um médico que se vê sozinho na cidade de Nova York após uma epidemia que devasta boa parte do mundo. Algumas pessoas morrem, enquanto outras se transformam em monstros, com uma espécie de super-raiva (hmmm, onde será que eu já vi isso antes?). Desculpem se esse post parece estragar a trama do filme, mas o trailer já entrega tudo o que eu escrevi e, acreditem, essas informações não fazem a menor diferença pra quem for assistir.


Essa trama não é nenhuma novidade. Só para citar alguns exemplos de variações do mesmo tema: os livros Blecaute, do Marcelo Rubens Paiva, e The Stand (que também virou minissérie) do Stephen King e os filmes 28 Days Later , do Danny Boyle, e 12 Macacos, do Terry Gilliam.

I Am Legend é baseado no livro homônimo de Richard Matheson, escritor muito adaptado em Hollywood ( Encurralado, clássico de Steven Spielberg, por exemplo) e é a terceira adaptação do livro publicado em 1954 (são elas: The Last Man On Earth, com Vincent Price e Omega Man, com Charlston Heston), sem contar o 28 Days Later, supracitado, que é tido como uma adaptação livre e não creditada do romance de Matheson.


Apesar do lugar comum, I Am Legend teve orçamento imensamente superior aos exemplos que eu citei, portanto ousa muito mais ao mostrar uma metrópole deserta, tomada pela vegetação e habitada por monstros e animais selvagens. Só isso já justifica o download, na minha opinião. A primeira sequência de ação, com o protagonista caçando veados em plena NY é muito foda!


Uma das coisas que fodem o filme são os monstros, feitos interiamente em CGI, com um design bem tosco e que não convencem nem um pouco...


O filme é mais um daqueles longas de ação, com situações inverossímeis e roteiro que enfraquece conforme o filme vai rolando. Garanto que ninguém esperava mais que isso de um filme protagonizado por Will Smith e dirigido por Francis Lawrence ( responsável por "cometer" a péssima adaptação de Constantine pro cinema).

No mais, vale conferir a presença de Alice Braga (sobrinha de Sônia Braga e que, na curta carreira de atriz, já superou a tia e conseguiu destaque em Hollywood) mandando bem na atuação e representando uma brasileira. Imperdoável é o fato de a personagem dela nunca ter ouvido falar em Bob Marley...

Link para o download.

A legenda você acha no legendas.tv.

P.S: O final do filme é diferente do final do livro. O diretor resolveu filmar o final do livro também e disponibilizar no DVD. Eu achei tão palha ( se não mais) quanto o fim oficial.
Para ver o final alternativo e ler mais sobre o assunto, clique aqui.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

PERSEPOLIS (2007)



O primeiro trabalho cinema- tográfico da cartunista e ilustradora de livros infantis Marjane Satrapi não seria exatamente uma boa pedida para a molecada pois apesar de ser uma animação não tem nada de infantil.
Persépolis é baseado na auto-biografia de Marjani e conta parte de sua vida durante a revolução islâmica no Irã, ou seja, tema casca grossa. Tem uma boa dose de violência física e psicológica e é quase todo em preto e branco.
Mas se você é adulto fica tudo de boa , o filme é até bem leve e violência está longe de ser o assunto principal.
O que eu mais gostei em Persépolis foi a possibilidade de poder olhar a sociedade iraniana sendo mostrada com uma abordagem estética inusitada e de um ponto de vista de uma mulher emancipada e nativa.


O traço de Marjani é muito original e cativante, e é fielmente adaptado à animação pela produtora 2.4.7 Films. Um puta trabalho estiloso diga-se de passagem.


Persépolis já ganhou diversos prêmios incluindo o prêmio do juri em Cannes é um dos 3 indicados ao Oscar 2008 na categoria melhor animação e está concorrendo com o favorito Ratatouille da Pixar.
Coisa fina!


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ABOUT A SON (2007)



Fãs de Kurt Cobain não podem deixar de ver esse docu- mentário antológico. O jornalista Michael Azerrad passou um ano entrevistando Kurt Cobain e gravando as entrevistas para o livro "Come As You Are: The Story of Nirvana". O resultado foram mais de 25 horas de gravação do próprio Cobain que são a matéria prima de ABOUT A SON.

O que acontece é que o filme é basicamente o áudio da voz de Cobain sobre uma ótima montagem de imagens em Alberdeen ,cidade natal de Kurt, e Seattle onde começou o movimento “grunge” no final dos anos 80.
O legal da trilha sonora ela é composta por artistas que foram influencia em seu estilo musical como Iggy Pop, David Bowie , Mudhoney, R.E.M. mas não contém nenhuma música tocada pelo Nirvana, e isso mantem o foco do documentário na parte psicológica de Kurt Cobain.
Basicamente é como se Cobain estivesse deitado num divã e você fosse o terapeuta dele e tivesse a oportunidade rara de ouvir ele falar honestamente sobre toda a sua vida, incluindo suas mágoas com o pai, sua relação com a mãe, com a banda, seu carinho por Courtney Love , sua imensa mágoa com o mundo em geral e seus desejos suicidas. Tudo isso de uma forma tão honesta que fica bem difícil fazer qualquer julgamento sobre o caráter do cara. É triste também que por um momento você chega até a ter a impressão que ele está a caminho de atingir uma certa paz de espírito e que vai acabar amadurecendo como um bom pai e uma pessoa relativamente feliz, mas todo mundo sabe como essa estória termina.












Excelente documentário, tocante e honesto.

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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

NO COUNTRY FOR OLD MEN (2007)


Talvez o melhor filme dos irmaõs Coen...
Talvez o melhor filme de 2007...
Talvez um dos melhores filmes que eu já tenha visto!




Joel Coen e Ethan Coen , também conhecidos por “o diretor de duas cabeças”, já vem fazendo filmes foda desde 1984 e tem na mala clássicos como “The Big Lebowski”, “Barton Fink” ,”Fargo” e “Oh brother , where art thou?”, mas “No country for Old Men” dá uma nova dimensão á obra.
A planificação absurdamente bem montada é possivelmente o segredo da qualidade do filme. Não tem nenhum plano ruim ou supérfluo, cada quadro ilustra o roteiro da melhor maneira possível, e as seqüencias de ação são eletrizantes sem precisar usar muita pirotecnia.


O cast conta com Josh Brolin (o Brand Walsh dos Goonies), Tommy Lee Jones e Woody Harrelson
Mas apesar de toda elegância sintética da direção e sequências geniais, sem Javier Bardem (“Mar Adentro”,”Carne Trêmula”,”Goya´s Ghosts”) o filme seria bem menos interessante.
O seu personagem Anton Chigurh é com certeza um dos maiores vilões de toda história do cinema. É o personagem chave do filme, é extremamente sinistro e te deixa com um constante frio na espinha. Chirgurh rendeu a Javier a indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante e também o tornou automaticamente um dos meus atores favoritos.




A atmosfera “hillbilly”, o forte sotaque dos personagens , o plano inicial com narração sobre o lugar onde se passa a estória e uma dose de humor negro são marcas registradas dos irmãos Coen e eu fico feliz por eles terem conseguido dar maior dimensão ao seu trabalho sem abandonar o próprio estilo e sem sucumbir aos gostos da academia.

“No country for Old Men” (Onde os fracos não tem vez) teve 8 indicações ao Oscar 2008, incluindo a de melhor filme de 2007 mas provavelmente não vai levar essa estatueta pois aparentemente nenhum traço de humor negro é tolerado pela comunidade sino-geriátrica de Holywood. Mas por um outro lado... foda-se a academia! Ganhando ou não o Oscar, “No Country for Old Men” vai sempre ser um clássico!
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