Botinada– a origem do punk no Brasil

Como o subtítulo explica, o documentário Botinada conta a história do movimento punk no Brasil, iniciado no final da década de 70.

Dirigido pelo ex-apresentador de TV Gastão Moreira o documentário reúne uma quantidade surpreendente de material da época e foi lançado com o intuito de ser o registro definitivo de um movimento considerado mal documentado no Brasil (existem mais 3 documentários brasileiros sobre o tema: PUNKS, de Sarah Yakhni e Alberto Gieco, GAROTOS DO SUBÚRBIO, de
Fernando Meirelles e ROTA ABC, de Francisco César Filho, todos citados em Botinada).


O próprio Gastão se encarregou de fazer as pesquisas, que duraram dois anos, e escanear as mais de 3 mil fotos e recortes de jornal que conseguiu.

Com dificuldade para encontrar alguém que reunísse bastante material da época, o diretor foi juntado o pouco que cada ex-integrante do movimento tinha até conseguir o suficiente para o documentário.

Mais difícil ainda que encontrar material impresso foi conseguir material filmado, já que naquela época filmadoras eram artigos de luxo. Apesar disso, Gastão conseguiu algumas pérolas como as imagens de Jõao Gordo com um bando de Punks fumando um na estação São Bento, que era um ponto de encontro, ou um show da banda Cólera filmado pela tv tupi e nunca exibido.


O documentário costura essas imagens com as fotos e os recortes de jornal e com depoimentos que o próprio Gastão filmou em 2002.

O movimento punk começou no Brasil em São Paulo e em Brasília, simultaneamente. Entre as duas cidades sempre existiu a disputa pelo título de berço do punk brazuca.

Botinada acaba falando quase que totalmente da cena paulistana, que foi onde o movimento creseu mais e onde aconteceram os eventos mais importantes (como o festival "o começo do fim do mundo" e o famoso show dos punks no gallery), mas o documentário procura ser imparcial. A prova disso é que Gastão Moreira icluiu até os depoimentos do punk-farofeiro Supla.


O documentário mostra o paradeiro atual dos punks mais conhecidos e não é grande supresa ver que a maioria deles deixou de ser punk e hoje em dia trabalha em empregos normais. Foram absorvidos pelo "sistema".

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