quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

TROLLFLÖJTEN - A Flauta Mágica (1975)









DICA DE NATAL DO CORSÁRIO: “A Flauta Mágica”, música de Mozart e direção de Bergman. Dá para ser melhor que isso?




Filmar um ato de palco e o transformar em um longametragem é uma tarefa das mais difíceis. Principalmente quando se trata de uma ópera escrita 200 anos antes e por um dos maiores compositores de todos os tempos. Mas Bergman, gênio que era, não só fez funcionar como também realizou o que talvez seja a melhor peça filmada já produzida.

"A Flauta Mágica" (Die Zauberflöte) é um Singspiel (peça cantada) de dois atos realizada em 1791 , e foi o último grande sucesso de Mozart que morreu no mesmo ano com apenas 35 anos de idade.




Wolfgang Amadeus Mozart , caso o leitor não saiba , foi o cara que escreveu sua primeira sinfonia aos 6 anos de idade. Ele foi sem sombra de dúvidas o compositor mais talentoso de todos os tempos. Talvez não o maior de todos , mas sim o melhor de todos. Foi um "child star" de sua época e não fugindo à regra atual não conseguiu tanto sucesso quando cresceu. Ninguém na história da música conseguiu compor com maior destreza técnica. Ele era capaz de compor peças de incrível dificuldade técnica em tempo real e estrutura harmônica de suas composições é tão perfeitamente construída que é impossível tirar uma nota sequer sem que haja perda na qualidade. Mas apesar da escala grandiosa de suas peças e da absurda quantidade de truques que ele usava, tudo o que você escuta é perfeita harmonia e leveza, como se tudo aquilo sempre tivesse existido.

Mozart também merece nossa reverên - cia aqui do corsário pois aos 14 anos em uma visita á Capela Sistina, ouviu a peça Miserere de Gregório Allegri, e a transcreveu inteira ao chegar em casa. De memória !
Miserere , diga-se de passagem ,é uma "a cappella" em coro de aproximadamente 6 minutos de duração e com diversas vozes. Acontece que naquela época essa peça era destinada a ser executada somente na Capela Sistina e sua transcrição era proibida pela igreja com pena de excomungação.


Mais tarde quando o manuscrito foi publicado, a proibição foi revogada e o papa Clemente XIV chamou Mozart ao Vaticano. Ao invés de ser excomungado Mozart foi elogiado e reverenciado por sua genialidade.
Mozart aos 14 anos fez a primeira cópia pirata da história!

A estória de “A Flauta Mágica” escrita pelo ator e seu amigo Emanuel Schikaneder e é um conto de fadas com principes ,reis, rainhas missões impossíveis e romance. Até hoje em dia é muito popular e quem escuta a famosa ária da Rainha da Noite , goste ou não, está fadado a nunca mais esquecer.

Em Trollflöjten (nome original), Ingmar Bergman sendo um homem do teatro deixou a música contar a estória simplesmente conduziu a sequencia de planos de uma maneira que o espectador não se esquece que esta assistindo um espetáculo de palco mas também não deixa de ser absorvido pela ilusão.

Ótima pedida para o Natal!
Obra prima.



Boas Festas!
LINK P/ TORRENT (com legenda em português)

THE HOBBIT (1977)





Fãs de J.R.R. Tolkien, fanáticos por Senhor dos anéis não podem deixar de dar uma olhada nessa produção inglesa.
Comemorando 30 anos de sua produção, o Corsário vem à vos com mais essa meganerd dica.

“The Hobbit” dispensa apresentações para LOTR maniacs, mas caso o leitor não saiba, é o livro que antecede “A Sociedade do Anel” da trilogia “O Senhor dos Anéis”. É nesse livro que Bilbo Baggins (tio de Frodo) encontra o anel nas Montanhas Sombrias em sua missão com Gandalf para matar o dragão Smaug. Bilbo acha o anel no chão perto do lago onde Golum mora e dá um balão nele para levar o anel embora.



A animação de 87 minutos foi produzido pela Rankin/Bass Productions para a rede de tv americana ABC e custou cerca de 3 milhões de dollares na época e foi muito criticada pelo público em geral e por fãs de “O Senhor dos Anéis” pois como era para ser uma produção para crianças, vários fatos do livro foram omitidos, talvez desnecessáriamente.

Pessoalmente eu diria que essa produção , apesar de muito bem feita, não sobreviveu ao tempo. Os personagens não são tão bem representados, a parte musical é irritante , falta bastante carisma na estética e a animação é totalmente desprovida de dinâmica ou energia.

Mas como tem gosto para tudo e o natal está perto, porque não dar uma conferida?


LINK P/ PRECIOUS TORRENT

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

THE PRESTIGE (2006)






“The Prestige” (O Grande Truque) é comumente confundido com “The Illusionist” (O Ilusionista). Ambos os filmes foram lançados em 2006 com menos de um mês de diferença e ambos os filmes são sobre ilusionismo , porém a grande diferença é: “O Ilusionista” é medíocre e previsível , e “O Grande Truque” é genial!

A trama se passa no final do século XIX e conta a estória da rivalidade entre os ilusionistas Alfred Borden e Robert Angier (Christian Bale e Hugh Jackman) e sua obcessão em superarem um ao outro.



Angier culpa Borden pela morte de sua esposa em um truque quando os dois trabalhavam juntos na equipe de um outro mágico, e Borden diz não se lembrar do que aconteceu. Esse é o mote, o resto é uma teia de truques e ilusões que te dão a impressão que voce sabe onde tudo vai dar até descobrir que não era nada daquilo.




Scarlet Johansson faz a linda assistente de palco Olivia Wenscombe, Michael Caine faz Cutter , o engenheiro de produção e David Bowie faz o inventor Nokola Tesla.















Dirigido por Christopher Nolan (Amnésia e Batman- o início) e baseado no livro homônomo de Christopher Priest, o filme se desenvolve como um truque de ilusionismo onde a platéia acha que tem tudo sob controle até o truque revelar que nada é o que parece.

A fantástica direção de arte ,que recria com fidelidade a Londres da época, e a desconsertante trama vão te deixar com uma eterna pulga atrás da orelha.
Vale muito a pena!!


LINK P/ TORRENT

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

The Aristocrats (2005)


The Aristocrats é um documentário inteiro sobre uma única piada e, apesar disso, consegue ser bem interessante.

A famosa piada The Aristocrats segue um padrão que não é muito comum fora do Brasil, a piada cujo desfecho é menos importante do que o seu conteúdo. Aqui no Brasil esse tipo de piada era muito usada pelos Trapalhões e ainda é usada por programas como "A Praça é Nossa" e "Zorra Total" onde o desfecho da piada muitas vezes é um bordão.


O principal de The Aristocrats é a forma como a piada é desenvolvida. Alguns comediantes dizem que ela pode ser contada por horas. Os comediantes se utilizam da estrutura básica da piada, mas improvisam bastante no meio, criando suas versões próprias. É por isso que o documentário fica interessante. O diretor entrevista uma série de comediantes diferentes. Cada um deles conta algumas estórias referentes à piada e narram a sua versão do clássico. Assim, o diretor acaba fazendo um panorama dos diversos estilos dos comediantes de língua inglesa, usando a piada como referência.

A produção executiva de Penn Jillete (comediante e mágico da dupla Penn&Teller) explica a participação de tantos comediantes consagrados no documentário. Confira a lista completa do cast aqui.


Uma dupla de malabaristas, um mímico, um ventríloco, mágicos e um cara que conta a piada com um maço de baralho mostram como The Aristocrats pode ser contada de diversas formas diferentes. Existem até versões sem toda a escatologia que a versão original utiliza.


Apesar de ser considerada uma piada que não funciona em palcos e que é mais contada entre comediantes (existe a lende de que Chevy Chase promovia festas para que seus amigos contassem as suas versões da piada) o documentário mostra algumas vezes que a piada foi contada para o público. A mais foda de todas foi a vez que o comediante Gilbert Gottfried contou a piada num evento do Friars Club. O evento foi três semanas depois do atentado de 11 de setembro. Gilbert contou uma piada sobre o acidente e a platéia reclamou. Em resposta ele mandou a sua versão da Aristocrats. Confiram a cena completa no documentário.


Link p/ Torrent.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Control (2007)



Control ( em português "Controle - A História de Ian Curtis" ) conta a estória da banda Joy Division, focado na biografia de Ian Curtis, vocalista e líder da banda.


O roteiro do filme é baseado no livro Touching From a Distance, escrito pela viúva de Ian, Debbie Curtis e, por isso, acaba partindo do ponto de vista da relação do casal. O filme aborda o período da vida de Ian de 17 a 23 anos, começando com o encontro de Debbie e Ian e terminando, inevitavelmente, com o suicídio do vocalista.


O longa mostra a banda desde o começo, quando o Ian Curtis, que já era poeta e fã de David Bowie, vai a um show do Sex Pistols e decide preencher a vaga de vocalista que está disponível na banda de uns amigos.

Ian Curtis viu nos Pistols a desmitificação da figura do músico pop star e passou a acreditar que ele poderia ter uma banda sem precisar ser ídolo.
A Joy Division, que durou pouco mais de três anos, é mostrada em todas as fases: a contratação do manager, a mudança do nome (de Warsaw, referência à música Warszawa do Bowie, a Joy Division que era o nome de um puteiro nazista da segunda guerra), o contrato com a gravadora Factory de Tony Wilson, os primeiros shows e o começo do sucesso, que só se consolidaria totalmente depois do suicídio do vocalista.

O longa mostra também os ataques epiléticos de Ian (às vezes até no palco e, ao contrário de Raul Seixas e Little Richard, eram ataques verdadeiros) e a confusão dele ao se deixar levar pela vida nos palcos e na balada.

Quem não conhece Joy Division vai perceber nas músicas a grande influência que a banda exerceu e exerce até hoje. A música que encerra o filme, Atmosphere, nos faz pensar no que seria de Renato Russo sem Ian Curtis, inspiração declarada de Russo.

A trilha sonora do filme é cheia de bandas da época:

New Order - "Exit"
The Velvet Underground - "What Goes On"
The Killers - "Shadowplay"
Buzzcocks - "Boredom" (live)
Joy Division - "Dead Souls"
Supersister - "She Was Naked"
Iggy Pop - "Sister Midnight"
Joy Division - "Love Will Tear Us Apart"
Sex Pistols - "Problems" (live)
New Order - "Hypnosis"
David Bowie - "Drive-In Saturday"
John Cooper Clarke - "Evidently Chickentown"
Roxy Music - "2HB"
Joy Division - "Transmission"
Kraftwerk - "Autobahn"
Joy Division - "Atmosphere"
David Bowie - "Warszawa"
New Order - "Get Out"


Pra quem não sabe, o New Order, que tá presente na trilha, foi formado pelo resto dos músicos do Joy Division depois da morte do Ian Curtis.


O filme é todo em preto e branco, o que eu acho desnecessário, mas é obrigatório pra qualquer fã e recomendável a qualquer um pelo conteúdo histórico e pela boa atuação do praticamente estreiante Sam Riley como Ian Curtis. O cara consegue imitar direitinho o Curtis no palco, inclusive as danças bizarras que ele fazia e que eram a sua marca registrada.

Coincidentemente, Sam Riley também atuou em outro filme sobre a cena musical inglesa da década de 70, o filme 24 Hour Party People, de 2002. Ele faz uma ponta como Mark E. Smith, vocalista da banda The Fall. No longa também aparecem Ian Curtis (representado por Sean Harris, inicialmente cotado para repetir o papel em Control) e sua banda Joy Division. O filme narra a participação de Tony Wilson (Steve Coogan), dono da gravadora Factory e do club The Hacienda, como o pivô da cena musical em Manchester.
(Steve Coogan e Tony Wilson)

Wilson, que na época também apresentava um programa de TV sobre música, morreu recentemente. Ele tinha cancêr nos rins e não tinha dinheiro pra bancar o tratamento. Quem o ajudou a bancar o remédio, que custava 3.500 Libras por mês, foram os seus amigos da indústria musical. Mesmo assim, ele teve complicações da doença e morreu. Tony dizia que nessa indústria alguns ficavam ricos enquanto outros faziam história. Ele ficou com a segunda opção.

Trailer de Control no Youtube;

Link para Control
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Link para 24 hour party people
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P.s.: Esse post é dedicado ao amigo Cacá, que me apresentou o Joy Division em fitinha K7, em uma acampamento em Maromba, nos idos de noventa e poucos.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

KLIMT (2007)





Para quem não sabe, o austríaco Gustav Klimt foi o pintor simbolista que se tornou o maior ícone da arte-nouveau no final do século XIX e do início do século XX. Seu estilo sensual e inconfundível deixava a conservadora sociedade vienense inquieta mas era extremamente apreciado e cultuado na frança.










O filme se desenvolve predominan- temente no período em que Klimt (John Malkovich) era homena- geado na Exposição Universal de Paris em 1900 enquanto é criticado em Viena, e narra suas aventuras sexuais, suas desavanças pessoais e sua obsessão pela dançarina Lea de Castro (Saffron Burrows). Também mostra Klimt sendo “paparazzeado” pelo mágico Georges Méliès (Gunther Gillian) e trocando figurinhas com Egon Schiele (Nikolai Kinski).





Apesar de ter uma dose generosa de lolitas frolicando sem roupa pelo filme, a narrativa falha ao tentar passar o clima de erotismo proposto. Pessoalmente eu também senti falta de ver mais quadros sendo pintados, e se eu fosse o diretor Raoul Ruiz eu teria limado pelo menos a metade dos diálogos. O enredo não é lá tão objetivo assim e a montagem ao invés de embarcar no delírio sifilítico de Klimt, acaba afastando a atenção do espectador.

Mas vale a pena dar uma olhada, principalmente se voce é fã de pintura.

LINK P/ TORRENT