O dono de uma compania de tecnologia dinamarquesa, quer vender a firma e para concretizar o negócio sem ter que sofrer a revolta de seus funcionários, contrata um ator desconhecido para fazer o papel de um presidente imaginário que supostamente toma todas as decisões importantes.
Co-produção dinamarquesa, sueca, francesa e italiana de 2006, “O Grande Chefe”ou “The Boss of it all” ou “Direktøren for det Hele” é a mais nova comédia de Lars Von Trier, e ao contrário de todos seus filmes anteriores, não exige nenhuma reflexão mais profunda. A estória é leve e quase banal.
Mas o que torna esse filme único é o Automavision , novo sistema de câmera inventado por Von Trier. O Automavision dispensa o trabalho do camera-man , o diretor escolhe um posicionamento fixo para a câmera, e um software determina aleatóriamente o tilt, a panorâmica e o zoom. O resultado final é um conjunto de cabeças e membros cortados , atores falando sozinhos em cena e personagnes desaparecendo de quadro de uma hora para a outra. Sem falar que a iluminação fica totalmente descontrolada e varia muito de cena para cena.
Profissionais do clássico cinema já se referiram a esse filme como uma aberração técnica, mas olhando bem, talvez esse tipo de enfoque seja uma nova chance tranformar mais uma vez os parâmetros do formato audio-visual e romper com o clássico. Afinal, de tempos em tempos uma mudança de perspectiva é fundamental.
Estrelando Jens Albinus e Peter Gantzler, “O Grande Chefe” é mais um filme de Von Trier impossível de passar despercebido.
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